E a felicidade?




Cada um tem seu conceito e ideal de felicidade. Uma maneira própria de buscá-la. Mas de fato, alcança-se a felicidade ou um prazer que satisfaz e depois é preciso de outro para “ser feliz”?

A cultura midiática a coloca sob os holofotes do status, da celebridade, do poder de compra e nas mãos daquele que tem o melhor: carro, casa, profissão, imagem! A felicidade tem que ser espetacular ou basta parecer feliz!

Há de se dizer: felicidade é um estado de ser e não de ter. Possui vida, respira, é dinâmica, precisa ser conquistada, alimentada, protegida, amadurecida. Aprendemos a ser felizes. A felicidade não é ausência de dificuldades. Ao contrário, apesar delas, está presente. Porque não se encontra nas situações, nos objetos que adquirimos, nas pessoas que desejamos, mas vive dentro de nós, com um olhar que enxerga além do obstáculo, procura a solução e não se detém no problema, não é dependência e sim liberdade, apesar de sentir dor, se recusa a permanecer no sofrimento.

É comum encontrarmos pessoas acostumadas com a infelicidade, que nada as satisfaz, traz alegria e realização. A “tal felicidade” é uma idealização inalcançável. Como as que sofrem de depressão ou transtornos psíquicos, precisam de ajuda, são casos que devem receber tratamento médico e passar por terapia.

A verdadeira felicidade não satisfaz apenas quem a sente e nem se justifica a qualquer custo. Não é um puro desejo individualista, que infelizmente é muito cultivado na sociedade atual. A felicidade transborda, abraça a vida, sorri para o outro, emana luz, aumenta quando é partilhada. Felicidade não se ganha, se conquista, todo dia, um tanto mais, renovando-a!


Andréa Freire
Psicanalista
Artigo publicado no Jornal "Leia Mais" - Agosto de 2012
Sorocaba/SP

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